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Em grande fase, Marlon Moraes mira TJ Dillashaw e afirma: “Quero lutar pelo cinturão”

Em 2017, o WSOF perdia para o UFC três dos principais nomes de seu elenco. Entre esses atletas estava um brasileiro, que era o rei incontestável dos pesos galos na organização. Hoje, pouco mais de um ano após a saída da antiga promoção – que mudou de nome e identidade – Marlon Moraes finalmente colhe os frutos de um trabalho feito com muita atenção e cuidado em Nova Jersey, nos Estados Unidos.

Quem vê os nocautes fulminantes contra Aljamain Sterling e Jimmie Rivera pode não lembrar que Marlon não começou com vida fácil no UFC. Derrotado por Raphael Assunção na estreia, Moraes entende que a evolução no UFC passa por muitos fatores. Em entrevista exclusiva ao MMA Brasil, o atleta falou sobre sua evolução dentro da organização e sobre a pressão dos grandes desafios dentro do octógono mais famoso do mundo.

“É um pouco de cada coisa, me sinto melhor no evento. As lutas são de maior responsabilidade, quanto maior a luta eu luto melhor. Contra o Dodson eu vinha de derrota, Sterling peguei em cima da hora e a última foi luta principal, era contra um cara duro, que vinha de 20 vitórias. Além disso, tem o trabalho, aperfeiçoando técnicas. Não é uma coisa só, estou me desenvolvendo. Estou melhor”

Em grande fase, Marlon acumula um minuto e quarenta segundos de luta e apenas 14 golpes desferidos nos últimos dois combates somados. Triunfos que o colocam no quarto lugar do ranking dos pesos galos e em primeiro na lista de nomes que os fãs querem ver em uma disputa de cinturão. Porém, ao que tudo indica, o lutador está no escuro quanto a próxima luta. Sem saber de data, local e adversário, mesmo estando apto a lutar.

“É um mistério danado, quero saber logo quando é a minha próxima luta. Quero lutar pelo cinturão, mas estou esperando. Se não for pelo cinturão, quero uma luta que me leve para lá.”

Se existe uma tendência nas artes marciais mistas nos dias atuais são as “money fights“, lutas que nem sempre faz sentido desportivamente, mas que movimentam os cofres dos atletas e organizações. Não seria diferente no UFC, muito menos com o atual campeão da categoria de Moraes, TJ Dillashaw, que flerta com uma descida de peso para enfrentar o mais novo campeão do peso mosca, Henry Cejudo. Entretanto, Marlon acha que a hora não é essa para a categoria e que o campeão tem que lutar dentro do próprio peso, até para aliviar a pressão criada pelos desafiantes.

“Não só eu, mas os desafiantes de todas as categorias estão de saco cheio. Os campões querem tirar tempo off, ninguém quer defender o cinturão, se tornar uma lenda. Não existe chegar lá pelo caminho fácil, precisa enfrentar os melhores. É assim que eu vejo as coisas, você precisa se desafiar sempre para provar que é um campeão e aí sim pensar em outras coisas. Ele [Dillashaw] e o Ludwig viraram assistentes do Sean Shelby, falando com quem eu deveria lutar. Eu sou mau lutador? Não deveria enfrentar ele agora? Lógico que ele é um super campeão, mas não pode decidir os rumos da categoria, precisa enfrentar quem está na fila.”

Embora a vontade seja grande de disputar o título, Marlon sabe que as coisas podem não acontecer da maneira desejada e precisa estar pronto para todas as possibilidades. Portanto, o atleta tem duas possibilidades em sua cabeça para seu próximo passo: enfrentar Dominick Cruz ou uma revanche com Raphael Assunção, seu primeiro e único algoz no UFC.

“Se não fosse pelo cinturão, se inventarem algo, a luta seria contra o Dominick Cruz. Porém, se derem o Cruz para o Dillashaw, eu sei que é chato enfrentar brasileiro, mas é a hora de fazer a revanche com o Raphael. São quatro lutadores se destacando na categoria. Eu, o Dillashaw, Cruz e Assunção. Se um for para o cinturão, os outros dois deveriam se enfrentar – ponderou o ex-campeão do WSOF.”

Pela nacionalidade, o nome predileto de Marlon para uma não disputa de cinturão seria a do ex-campeão Dominick Cruz, que durante quase uma década encantou e dominou a categoria com seu estilo plástico de movimentação e striking. Mas Marlon enxerga que o norte-americano teria uma noite longa caso o enfrentasse.

“Eu acho que ele foi um dos melhores, mas tem atletas muito fortes na categoria. Ele perdeu o timing, a pujança. Os atletas agora vem com mais pegada. O jogo que ele fazia era muito bom, pode até funcionar hoje, mas agora o topo da categoria tem atletas com muito punch. Dominick Cruz se expõe muito, tem muita confiança. Para ele lutar com um striker é difícil, a galera da categoria hoje tem pegada. Não tem um equilíbrio muito bom. Não sabe lidar com chutes, nunca pegou alguém que chuta bastante. Ele nunca lutou com o Barão, que eu acho que seria uma luta ruim para ele. Ele venceu o Faber duas vezes, que é um grande lutador, mas a categoria mudou bastante.”

Um dos grandes motivos do crescimento de Marlon dentro do MMA é o camp que representa. Treinado por Mark Henry, Ricardo Cachorrão e Anderson França, o brasileiro treina diariamente com alguns dos mais habilidosos lutadores do planeta, como Frankie Edgar, Edson Barbosa, Zabit Magomedsharipov e Eddie Alvarez. Este último, inclusive, é alvo de especulações sobre o futuro, já que o ex-campeão peso-leve do Bellator e UFC é o mais novo free agent. Sem dar muitas pistas sobre o futuro de Alvarez, Marlon revelou que o norte-americano recebeu uma boa proposta financeira do UFC, mas ressaltou que outras organizações já enviaram boas ofertas para Alvarez.

“O Eddie voltou de férias tem pouco tempo, só passou na academia um dia, mas conversamos. Não posso revelar muita coisa, mas parece que o UFC ofereceu muito dinheiro para ele, além de propostas de outras organizações. Não sei o que ele deve fazer.”

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