A paraense vice-campeã mundial e vice-campeã panamericana de jiu-jitsu, Manoela Alves, resolvei quebrar o paradigma do ‘sexo frágil’ quando resolveu abir uma turma da modalidade voltada somente para mulheres em Belém.
A atleta começou a dar aulas depois de perceber que o cenário do Jiu-jitsu paraense era predominantemente masculino. “Na primeira academia que eu entrei, só tinha uma menina na turma além de mim. Depois troquei de academia e de novo só tinha uma mulher. Depois de um tempo eu era a única ali, competindo e viajando”, lembra a lutadora.
Larissa Padron é aluna das aulas de jiu-jitsu de Manoela. Ela já havia praticado a modalidade em 2011 e voltou a treinar há mais ou menos seis meses quando procurava um esporte para ajudar a perder peso. “Eu conhecia um Jiu-jitsu com mais força bruta. Ela tem toda uma paciência pra ensinar, ensina técnica por técnica, sempre explica as coisas da forma mais minuciosa possível, o que acabou fazendo com que eu me apaixonasse de novo pelo Jiu-jitsu, vendo o esporte com um olhar diferente do que eu vi da primeira vez”, explica a aluna.
A aluna destaca que a turma exclusiva para mulheres é importante para incentivar outras mulheres a praticarem a modalidade. “É mais confortável para falar quando não está legal ou algo do tipo. O corpo da mulher não é igual ao do homem. Acho legal treinar no misto para pegar força, mas no feminino dá pra ter um contato bem melhor”, completa Larissa.
O Jiu-jítsu brasileiro começou no Pará no início do século passado e foi popularizada no Brasil por meio da Família Gracie. O esporte une o bem-estar corporal, emocional e disciplina para que o atleta tenha equilíbrio sobre si. A junção desses pilares com a defesa pessoal é o que chama atenção dos praticantes do esporte.
Quem é?
Eleita a melhor faixa azul peso por peso em 2013, 2014 e 2015, Manoela Alves é vice-campeã mundial, vice-campeã panamericana e campeã brasileira. Estudante de Educação Física, a atleta dá aulas só para mulheres desde 2017, em uma academia localizada no centro de Belém. Como professora, faz parte de um projeto social que promove aulas para crianças carentes nos bairros do Guamá e Una, desde fevereiro de 2016.